domingo, 8 de fevereiro de 2015

Guest post: Quando ter menos roupas significa ter mais estilo

A Inês Catarina Pinto é a dona do blog Minimal, e ela escreveu este post pra gente:

"No nosso dia-a-dia somos constantemente atacados com a ideia de que precisamos de mais coisas e isso é especialmente notório na indústria da moda, que nos quer fazer acreditar que precisamos sempre de mais coisas. Seja de uma camisola porque os dias estão a ficar frios, de uns sapatos porque os nossos estão velhos ou de um vestido porque ninguém quer aparecer nas fotografias com a mesma roupa em duas ocasiões diferentes.

Contudo, quando pensamos que a indústria da moda não pode persuadir-nos mais com objetos surge uma nova forma de nos cativar. As publicidades começam assim a vender-nos ideais, sonhos e um estilo maravilhoso que estava ao alcance da compra da mais recente lingerie, dos sapatos da moda ou de um vestido similar ao da nossa celebridade preferida.

Durante muito tempo eu vivi encantada com a luz ofuscante da publicidade. Afinal, as publicidades de moda são como uma Disneyland para adultos. Mas quando eu chegava a casa com as minhas compras o encanto desvanecia e as promessas continuavam por cumprir. Foi aí que percebi que a solução para alcançar um estilo melhor não estava nas coisas que a publicidade me dizia para comprar, estava naquilo que eu realmente gostava e precisava.

Esta é a razão porque a maior parte de nós sente que não tem nada para vestir, porque há demasiada roupa e demasiados conceitos a bloquear aquilo que nós realmente gostamos e aquilo que queremos transmitir. Resumindo, nada nos afasta mais de encontrarmos o nosso próprio estilo do que deixarmo-nos levar pelas sugestões do mais recente diretor de publicidade da nossa marca preferida.

Quando decidi concentrar-me nos meus próprios gostos achei que estava na altura de regressar ao básico. Assim, comecei a apaixonar-me por um estilo minimalista, livrei-me de todas as coisas que não usava e passei a comprar apenas peças básicas que fossem essenciais para mim e que fossem altamente combináveis entre elas. Desta forma consegui livrar-me das manhãs em que não tinha nada para vestir e consegui encontrar o meu estilo pessoal, longe das influências alheias.

Ao estar satisfeita com a minha roupa deixei de me sentir tentada com as últimas coleções e com as tendências mais recentes. Quem diria que a sensação de não-ter-nada-para-vestir só iria passar quando não tivesse mesmo quase nada para vestir."

As fotos abaixo são do armário-cápsula de outono da Inês (eu, que sou fã de preto-e-branco, adorei!):








7 comentários:

  1. Há algumas semanas tenho lido sobre os armários-cápsulas e teorias sobre o guarda-roupa francês e estou muito tentada a fazer. No entanto, onde moro só existe duas estações definidas, que chamo carinhosamente de "verão" e "verão-com-chuva", então mesmo que eu me proponha a fazer um, ele teria muito mais roupas do mesmo estilo.
    Adorei as escolhas da Inês, usaria todas as roupas que ela escolheu agora mesmo!

    http://helloquietude.blogspot.com.br/

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    1. Olá Anna :) O segredo está em adaptar o armário-cápsula às estações do tempo onde vives. Se as estações forem apenas "verão" e "verão com chuva" então há imensas vantagens :) A roupa é mais leve, ocupa menos espaço e consegues mais facilmente usar apenas uma peça de roupa, como um vestido :) Boa sorte na tua tentativa de criares um armário-cápsula :) http://mmminimal.blogspot.pt/

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  2. Sou super fã da Inês! Adoro o blog e adoro as reflexões que ele nos proporciona! :)

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    1. Obrigada Bruna :) É sempre bom ler comentários tão simpáticos

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  3. Venho fazendo esta reflexão comigo mesma há um certo tempo, e umas duas vezes ao ano faço doações generosas de roupas, sapatos e bolsas. Entendo que não preciso ter tudo o que as propagandas dizem, porém meu estilo ainda está pouco definido, então fico confusa na hora de comprar. Acho que só pelo fato de eu ter parado d comprar sem precisar já é um bom passo... o resto vou ajeitando.

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  4. Também estou querendo montar um guarda-roupa cápsula. Mas, para mim, uma quantidade mínima de roupa como a apresentada acima não daria certo. Explico os porquês. Trabalho fora, o que me leva a usar uma média de três blusas e duas calças por semana, isso porque vivo em um local quente, de modo que não dá pra ficar usando a mesma roupa por muito tempo. Como moro sozinha, cuido dos afazeres domésticos, o que inclui a lavagem das roupas, o que costumo fazer aos finais de semana, mas não todos os finais de semana, por que tem aqueles em que tenho compromisso, e também rola de estar cansada às vezes. Sendo assim, tendo uma quantidade mínima de roupa, na semana seguinte não teria nada pra vestir! Ressalto que também tem aqueles dias chuvosos, nos quais as roupas custam a secar, o que me atrapalharia mais ainda. Portanto, vou adaptar a ideia do guarda-roupa cápsula a uma realidade de uma mulher brasileira que mora em um local quente, trabalha fora, cuida da sua própria casa, e não tem como ficar mandando terceiros lavar suas roupas...

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  5. Trabalho desde os 18 (tenho 23 agora) e praticamente usava todo meu dinheiro para comprar roupas por impulso, seja porque estava numa promoção ou porque era uma tendência da moda. Acumulei assim um guarda-roupas onde nada me servia para vestir.
    Há algum tempo que venho lendo sobre o minimalismo e a pouco mais de 2 meses mudei de país e decidir que não precisava de todas aquelas roupas. Chegando aqui, chequei novamente e vi que ainda trouxe muito. Fiz uma limpeza e só permitir as peças que combinam entre si. Ainda falta muito para ser uma minimalista mas já posso assegurar que finalmente estou vestida no estilo que me sinto bem e o melhor de tudo, economizo muito do meu tempo!

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